12/14/2005

Antes de mais nada, não quero ser encarada como incompreendida. Todo ser humano, pelo uma vez na vida, se sente incompreendido e quem sabe seja porque essa característica melodramática é inerente ao homem. Ninguém nunca se entende ou aos outros. Nem nunca entenderá. O meu sentimento é melhor definido por desacreditada. Mas nem isso descreve bem o que estou sentindo já que não se trata de "ninguém botar fé" em mim. No fundo é uma mistura dos dois. Ou não tem nada a ver com nenhum deles.

O fato é que cansei de viver a vida sinceramente. Cansei de ser honesta e transparente. Mesmo achando que essa é a forma certa de se viver, não tem me acrescentado nada, pelo contrário, tem só me trazido desaforos.

Se você mente e alguém não acredita em você, é algo tão neutro como se você não tivesse falado nada e a pessoa não tivesse pensado nada. Afinal, é algo que não existe para você também não existindo para a outra pessoa. E quando você diz a verdade e é desacreditado? Nesse caso é mais como algo que existe, que muitas vezes você construiu e que a pessoa simplesmente destroe. Para ela não era nada, para ela, que não acreditou naquilo era algo que não existia e que continua não existindo. E para você, que não só sabia que aquilo era real como havia, quem sabe, construído aquilo? É como muitos anos de trabalho duro jogados fora. E dói.

Pretendo não mais falar a verdade e nem mesmo demonstrar o que realmente sinto. Cansei de ter meus sentimentos e boas intenções desacreditados. Se ninguém consegue saber o que eu penso, menos ainda conseguirá saber o que sinto. Logo é incapaz de me julgar. Mas ninguém consegue ficar sem julgar os outros, nesse caso, que julguem meu novo Eu, o irreal, do qual podem desacreditar a vontade, afinal, não existindo, esse novo Eu também não sofre. E nem eu.