1/18/2004

O ÔNIBUS

É essa a imagem* que normalmente tenho dos ônibus. Já tenho decorado na cabeça o tal anúncio da dengue que normalmente tem atrás dos ônibus, o número de faróis atrás, as cores, o desenho, tudo que vem escrito. Agora venha me perguntar da frente do ônibus... Sei lá! Ônibus devem ser o melhores amigos do telefone. Também nunca funcionam como você gostaria. Eu pelo menos tenho o dom de sempre chegar no ponto quando o ônibus acabou de passar. Ou pior, de ver ele saindo e não conseguir chegar a tempo de pegá-lo.

Seja no terminal ou no ponto perto de casa. Quando é perto de casa eu estou ainda na esquina oposta da avenida quando o maldito aparece na curva. E lá vai Larissa sair correndo atrás dele. E quando não tem ninguém no ponto e ele passa reto? Ou quando milhares de carros passam junto e eu não consigo atravessar? É sempre assim! Sempre! No terminal normalmente eu chego e vejo ele paradinho no ponto. E uma fila imensa na minha frente pra entrar. Tudo bem, o motorista nem está lá mesmo. Aproveito pra pegar o passe com calma, maldito passe que tem que ficar em um lugar certo, senão amassa, molha, desmagnetiza e estraga. Passes estrangam de se olhar pra eles! É só eu tirar o meu da carteira e o motorista entra no ônibus. E a fila não anda. A mulher da frente tem que passar as 500 sacolas de compra dela antes de passar. E o motorista está se sentando. E ainda tem 4 pessoas. O mais agoniante é você ver toda a cena da partida do ônibus. E na fila pra entrar eu vejo perfeitamente. A 2ª pessoa passa. Mas já é tarde, o motorista está dando a partida. E ele ainda demora um pouco pra fechar a porta, fala com um fiscal do lado de fora. Eu ponho o passe e acho que vai dar tempo. Corro. E perco o ônibus mais uma vez.

Esperar. Ônibus são que nem homens. Sempre te fazem esperar horas antes de chegarem. Sempre atrasados. Homens chegam cheios de desculpas. Ônibus; cheios de gente. Mas a pior semelhança é que muitas dessas desculpas dadas por homens "fedem". Entenderam, né? Imagine-se em um ônibus às 17h00 com todos saindo do trabalho, escola e afins. Não é muito bom.

Dentro de ônibus há todos os tipos de pessoas. Altas, baixas, gordas, magras, brancas, negras, amarelas, rosas e roxas! As chances de você encontrar seu vizinho no ônibus são bem grandes. De encontrar com a amiga da sua mãe que com certeza vai fofocar pra ela que você estava no shopping matando aula, também.

E quem nunca desceu dois pontos depois do seu apenas pra ver onde aquele menino tão bonitinho ia descer? E quem nunca, não tendo o que fazer, ficou andando de expresso, de um terminal à outro? Quem nunca dormiu no ônibus? Quem nunca caiu (ou quase) de bunda no chão ao ônibus acelerar?

Músicas de ônibus. Normalmente é pagode. Ou aquelas programações da Vanguarda. Milhares de músicas pops internacionais cantadas em português por duplas de caras com nomes parecidos. Ou a Antena 1. Quando o cara tem mais cultura ainda coloca nela. Mas foram raras às vezes que entrei em um ônibus tocando algo bom. Raras mesmo.

Mais uma maravilha da sociedade moderna ou não, às pesquisas indicam:

Em 2001, 51% do transporte utilizado em São Paulo era coletivo. Já em 2002, essa realidade de inverteu. O tranposte individual passou a ser utilizado por 53% da população.

Será o fim dos ônibus?!

*Foto emprestada do fotolog Sorocaba.