3/01/2004

Como os velhos enamorados...

De repente me sinto como que em uma máquina do tempo, saida da modernindade e todos os seus relacionamentos "relâmpagos" e inconstantes para, quem sabe, um típico namoro à antigas. Aquele namoro demorado, onde se conversam noites e mais noites em bancos de praças, onde o garoto vai buscar na escola à garota, para depois saírem juntos e tomarem um suco. Onde passam-se horas apenas conversando, e estar um ao lado do outro basta. Nenhuma das partes tenta algo mais, mas para quê? Ambas estão felizes pelp simples fato de estarem lá um com o outro.

Falo desses namoros onde nem pegar na mão é permitido, onde dá uma certa hora e a garota tem que estar em casa, onde nunca poderia acontecer um beijo e onde de repente, um beijo é roubado, à sombra de uma árvore, num ponto de ônibus, numa despedida que nenhuma das partes gostaria que tivesse acontecendo. Tudo acontece com toda a inocência de algo novo e puro experimentado pela primeira vez. Algo sincero. Cada um sendo cativado pouco a pouco pelo outro. Se gostando aos poucos. Até ser esse gostar tão grande que já não podem se ver separados. Sem conversarem todos os dias na praça, sem irem tomar um suco após a escola, ou sem simplesmente se dizer um "oi" a distência.

Aguentaria eu, saída dessa idade moderna onde relacionamentos "relâmpagos" e inconstantes são tão comuns, um namoro desses? Vou para minha aula, quem sabe aprender sobre todas as matrizes da matemática e reis da história do Brasil ou, quem sabe, não aprender nada, e apenas desenhar coraçõezinhos por todo o caderno.