Houve um tempo que o amor era pra mim como a pior das drogas. Nunca pensei nem em experimentar. Me falaram que eu estava sendo boba. Que era bom gostar de alguém, amar, se entregar. Nunca amei, e como não amaria tinha o controle total sobre meus sentimentos. Não me isolava do convivío amoroso, apenas tinha certeza que tudo seria superficial. Dessa forma, nunca me vi magoada. Eu ficava com raiva, chateada, p*** da vida. Mas nunca fiquei magoada. Nunca havia chorado por ninguém. Até agora. Parece que vivi toda minha vida fugindo de diversos tipos dessa "droga", e quando decido experimentar só um pouquinho, experimento logo de cara, a mais forte delas. Em apenas duas semanas já me magoei por quatro dias, já chorei dois deles e isso é apenas por que hoje não acabou, considerando que já sinto meus olhos aguados e minha garganta coçando. Foi colocada diante de mim a coisa mais incerta que eu poderia querer. Eu quis, e quero isso mais que muita coisa. Mais do que qualquer um poderia imaginar. Não consigo ouvir ninguém que me diga que eu mereço algo melhor. Não quero algo melhor, quero essa podridão na qual fui arremessada e da qual não consigo sair. Vejo tudo dando errado e queria que tudo desse certo. Todos me avisaram e eu quis provar que estavam errados. Eles me diziam que 2 + 2 = 4, e eu insistia em discordar. Discordava do óbvio. Ontem eu me remoia por dentro, em pensar que tudo que eu gosto um dia é tirado de mim. Ele ia embora, veio pra me ensinar a amar e ia embora sem nem me ensinar a esquecê-lo. Agora desejo que ele já tivesse ido à muito tempo. Que eu nunca o tivesse conhecido... Nunca mais ouvirei ninguém que me diga que vale a pena amar. Não vale a pena amar. Não vale a pena sofrer. Sofrerei na minha velhice, com dores na coluna e nas juntas, meio cega, meio surda. No auge da minha juventude me recuso a isso. Aviso a todos que agora ajo por instinto. Não como cães, que esses também amam e sofrem. Como gatos, tão egoístas e por isso mesmo, tão fortes. Cansei de brincar de amar. Brincadeirei agora ser eu mesma.
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