3/18/2004

Por Que Eu Não Amo e Nunca Amarei Ninguém

Houve um tempo que o amor era pra mim como a pior das drogas. Nunca pensei nem em experimentar. Me falaram que eu estava sendo boba. Que era bom gostar de alguém, amar, se entregar. Nunca amei, e como não amaria tinha o controle total sobre meus sentimentos. Não me isolava do convivío amoroso, apenas tinha certeza que tudo seria superficial. Dessa forma, nunca me vi magoada. Eu ficava com raiva, chateada, p*** da vida. Mas nunca fiquei magoada. Nunca havia chorado por ninguém. Até agora. Parece que vivi toda minha vida fugindo de diversos tipos dessa "droga", e quando decido experimentar só um pouquinho, experimento logo de cara, a mais forte delas. Em apenas duas semanas já me magoei por quatro dias, já chorei dois deles e isso é apenas por que hoje não acabou, considerando que já sinto meus olhos aguados e minha garganta coçando. Foi colocada diante de mim a coisa mais incerta que eu poderia querer. Eu quis, e quero isso mais que muita coisa. Mais do que qualquer um poderia imaginar. Não consigo ouvir ninguém que me diga que eu mereço algo melhor. Não quero algo melhor, quero essa podridão na qual fui arremessada e da qual não consigo sair. Vejo tudo dando errado e queria que tudo desse certo. Todos me avisaram e eu quis provar que estavam errados. Eles me diziam que 2 + 2 = 4, e eu insistia em discordar. Discordava do óbvio. Ontem eu me remoia por dentro, em pensar que tudo que eu gosto um dia é tirado de mim. Ele ia embora, veio pra me ensinar a amar e ia embora sem nem me ensinar a esquecê-lo. Agora desejo que ele já tivesse ido à muito tempo. Que eu nunca o tivesse conhecido... Nunca mais ouvirei ninguém que me diga que vale a pena amar. Não vale a pena amar. Não vale a pena sofrer. Sofrerei na minha velhice, com dores na coluna e nas juntas, meio cega, meio surda. No auge da minha juventude me recuso a isso. Aviso a todos que agora ajo por instinto. Não como cães, que esses também amam e sofrem. Como gatos, tão egoístas e por isso mesmo, tão fortes. Cansei de brincar de amar. Brincadeirei agora ser eu mesma.

3/10/2004

Drops da Semana (E Olha Que Ainda É Quarta!)

- Perdi uma das minhas calças jeans mais queridas... Apareceu mais um rasgo nela (ela já tinha vários) mas esse num lugar não tão "fashion".

- Ganhei um sabonete na escola, em homenagem ao dia da mulher. Foi uma indireta do tipo "Você é fedida", mas tudo bem.

- Tirei 10 na prova do Francês, não sei como. Falando em Francês, como eu gostaria que certas pessoas desistissem do curso. Eu ainda vou me jogar do terceiro andar do maldito prédio do Padilha de desgosto.

- Chorei, em plena segunda-feira, por alguém que não merecia.

- Bebi, e chapei, em plena segunda-feira, com pessoas que não conhecia, num bar que nunca tinha ido, ouvindo músicas que nunca tinha ouvido sendo cantadas no Karaokê e, o mais importante, me divertindo a beça!

- Tomei uma lavada (literal) terça feira, às 7h00 da manhã, a caminho da escola (malditas pessoas que lavam a janela com a mangueira!)

- Passei de decepcionada, fragilizada e p*** da vida para apenas MUITOOOO confusa.

E agora, plena quarta-feira, estou eu aqui, esperando um telefonema. O telefone está tocando por sinal, bem no instante que eu escrevo isso, mas certeza que não é pra mim. Nunca é pra mim.

3/08/2004

Coisas Bizarras de Uma Sexta-Feira à Noite

Às vezes, sentada na praça em frente da sua casa com seu amigo, numa sexta-feira à noite, você pode ver muito mais coisas bizarras do que se você estivesse, quem sabe, em alguma danceteria por aí.

Coisa Bizarra 1 - Enquanto você está sentado em uma banco, dois "manos" se encontram no outro e simplesmente desdobram uma "pequena" folha de seda, a recortam em tamanhos "adequados", enrolam a "santa" erva, lambem o canto do papel, fecham o rolinho e perguntam para os caras do banco ao lado: "Tem isqueiro?"
Logo depois eles voltam ao seu banco de origem, e após "degustar" do agradável fumo ainda soltam: "Esfrega sua mão na grama que sai o cheiro."

Coisa Bizarra 2 - Sua vizinha (que você ama, por sinal) sai à, aproximadamente, 11h30 da noite para, nada mais, nada menos que, LAVAR A GARAGEM! Exatamente isso... Lavar a garagem, empurrar toda a sujeira com a mangueira, e detalhe, vestida em uma linda camisola rosa de rendinhas. Logo sua vizinha que é o exemplo de "corpo lindo". Ainda mais com aquela tinta preta super discreta no cabelo, que por sinal combinou "muito" bem com ela. Ela lava a calçada, nesse horário tão adequado, logo ela que é desempregada e não faz nada o dia inteiro. Alguns minutos sua filha chega. Temos apenas 1% de água potável no mundo e minha vizinha lava a calçada para cada membro da família que chega em casa. Mesmo para os que chegam à meia-noite. Deprimente...

Coisa Bizarra 3 - Seu namorado (????), no intervalo que tem entre atender uma mesa e outra do restaurante em que trabalha para pra conversar com a loirissima da recepcionista. Logo ela que "nunca" deu em cima do seu namorado. Logo ela que "nem" é super "simpática" a todos que sejam do sexo oposto. Mais considerações sobre esse fato eu deixo para o próximo post.

3/01/2004

Como os velhos enamorados...

De repente me sinto como que em uma máquina do tempo, saida da modernindade e todos os seus relacionamentos "relâmpagos" e inconstantes para, quem sabe, um típico namoro à antigas. Aquele namoro demorado, onde se conversam noites e mais noites em bancos de praças, onde o garoto vai buscar na escola à garota, para depois saírem juntos e tomarem um suco. Onde passam-se horas apenas conversando, e estar um ao lado do outro basta. Nenhuma das partes tenta algo mais, mas para quê? Ambas estão felizes pelp simples fato de estarem lá um com o outro.

Falo desses namoros onde nem pegar na mão é permitido, onde dá uma certa hora e a garota tem que estar em casa, onde nunca poderia acontecer um beijo e onde de repente, um beijo é roubado, à sombra de uma árvore, num ponto de ônibus, numa despedida que nenhuma das partes gostaria que tivesse acontecendo. Tudo acontece com toda a inocência de algo novo e puro experimentado pela primeira vez. Algo sincero. Cada um sendo cativado pouco a pouco pelo outro. Se gostando aos poucos. Até ser esse gostar tão grande que já não podem se ver separados. Sem conversarem todos os dias na praça, sem irem tomar um suco após a escola, ou sem simplesmente se dizer um "oi" a distência.

Aguentaria eu, saída dessa idade moderna onde relacionamentos "relâmpagos" e inconstantes são tão comuns, um namoro desses? Vou para minha aula, quem sabe aprender sobre todas as matrizes da matemática e reis da história do Brasil ou, quem sabe, não aprender nada, e apenas desenhar coraçõezinhos por todo o caderno.