2/28/2004

Se é que é possível te entender

Chego e você sorri. Olá! Como está? Não falas, nem eu o falo, mas é o que pensamos, ambos. Me levam até uma mesa, mas não é a que você esperava.

Acho que você deveria sentar nessa daqui.

Não ouço, e passo reto. Ainda assim você insiste. Vem nos atender. Minha amiga ri. E muito. Eu sorriu. E muito.

Por que não sentou naquela mesa? Essa não sou eu quem atendo.
Como assim? Você não vai nos atender?
Vou, lógico...

Você vai e vem. Todos te chamam. Podia eu ter ciúmes. A menininha que não para de te pedir favores. E posso apenas te olhar.

Dois sucos, por favor!

Você os traz.

Andou sumido... Aproveitou o Carnaval?

E você foi para o Sul, e viu os parentes. Há um ano que você não ia lá. Muito tempo... Será que viveu sozinho todo esse tempo? Ou teria uma companhia?

Vai trabalhar domingo?
Acho que sim, tem algo interessante pra se fazer domingo?
Nada que eu saiba, mas sempre pode surgir...

E sua expressão mudou. A insegurança me invadiu. E agora não tinha mais nada pra ser falado, só uma insegurança tola. E sou péssima estando insegura.

Você está bem ocupado, hein?
Sexta-feira é sempre lotada.

Mais decepção. Você foi tão seco. Mas por que ainda me olha? Decida-se. Eu já me decidi.

Me traz a conta. E uma caneta.

E você traz a tal conta.. e a tal caneta... E eu pego o tal guardanapo. E dentro da tal caderneta com a nota fiscal vai junto:

Larissa
222-****
9711-****
Quando você estiver menos ocupado...

Agora sobra eu aqui... Esperando...

2/27/2004

A saga dos acompanhantes loucos continua

-Quinta feira, dia 26 de fevereiro, 11 e pouquinho da noite.-
Pela primeira vez na minha vida inteira de embarques em ônibus nos terminais consegui pegar o Campolim de primeira. Tive tempo de comprar o passe, andar sossegada até o ponto, subir no ônibus e ainda esperar um pouco até o motorista chegar. Foi só depois de ter conseguido isso pela primeira vez que me toquei que preferia ter perdido aquele ônibus.

-Ônibus Campolim, ainda 11 e pouquinho da noite, assentos centrais.-
Aquilo cheirava vômito. Mas o que eu podia esperar. Dia se-seguinte de Carnaval, no ônibus que faz a linha mais movimentada quando o assunto é sair pra beber. Lógico que tinham vômitado naquele ônibus! O cheiro era insuportável, mas considerando que meu carro também cheirava assim (e nesse caso a culpa foi minha), aguentei. Sinto cutucarem meu ombro. Viro para trás, por educação.

"Com licença, você acha que esse ônibus demora para sair?"
"Acho que não, logo sai!"

Respondi por educação e voltei a olhar para frente. É quando o senhor que havia me feito a pergunta continua.

"Você mora lá no Campolim?"

Bem, ele pode estar apenas atrás de uma informação, pensei. Ele pode ter que ir na casa de alguém e precisar de uma orientação, pensei. Por que não ajudar?

"Moro por perto."
"Ahhh, é que tem gente que vai lá pra sair sabe? Você não sai por lá, nas danceterias?"
"Ahnnn, às vezes..."

O papo começava a me cheirar estranho...

"Mas se você mora lá por perto, você mora na Washington Luis?"

Pronto. Estou perdida. É lá mesmo que eu desço, só falta ele descer lá também!

"Ahn... moro depois..."
"No Campolim então?"
"Ahn... por lá..."
"E você faz o quê? Estuda?"

Era só o que me faltava, outro louco querendo saber da minha vida! De repente me vi com 19 anos, estudando na Unip (A que ponto cheguei!) e morando em algum lugar se possível bem longe da rota do ônibus. Não importa quantos "Ahn"s e "Ahhh!"s eu falasse... ele continuava insistindo no assunto.

"Você tem um cabelo muito bonito, sabia?"
"Ahhh!"
"Você é muito bonita, sabia?"
"Ah... Obrigada!"

Socorro! Maniaco! Louco! Assassino, estuprador, sei lá! Me tirem desse ônibus!

"Você conhece o Sex Shop?"

Ahhhhhhhh!! SOCORROOOO!

"Ahnnn?"
"Eu moro lá."
"Ahhhh!"
"Com minha mulher."
"Ahhh!"

Além de um velho tarado, sem-vergonha ainda, casado e dando em cima de menininhas inocentes! Minha sorte foi que depois disso ele parou. Até que ouvi ele pegando as sacolas no banco de trás. Dei graças pelo ponto dele ser antes do meu, só faltava ele querer me seguir. Ele ficou de pé, dois pontos antes. O ônibus parou em um deles, para um casal descer. O louco ainda me grita lá de trás.

"Não vou descer nesse!!! Não é nesse motorista!!!"

Deprimente...

Ele desceu no ponto dele, eu no meu. Passei pela rua sombria que separa as duas avenidas, a do ponto e a de minha casa. Passei por um carro suspeito, com vozes suspeitas e uma semi-abrida de porta. Acelerei o passo, lógico! Cheguei em frente ao restaurante do lado de casa. Vi que certas pessoas não foram para o Sul, mesmo com todos os agouros. E cheguei feliz em casa.

Noite proveitosa... proveitosa...!

2/26/2004

Viver é um verbo intransitivo

Hoje relembrei um pouco das minhas aulas de Gramática, com todas aquelas classificações de palavras em verbos, substantivos e tudo o mais. Viver é um verbo intransitivo. Verbos assim não precisam de nada para existirem. Nenhum substantivo, pronome ou nada que o acompanhe. Eles sozinhos dizem tudo. Amar é um verbo intransitivo. E mesmo que não fosse, deveria ser. Não devia precisar de nada que o acompanhasse. Nenhum nome, pronome ou substantivo. Deveria ser possível dizer apenas "Eu amo", sem ter que se explicar quem se ama ou o porque desse amor. Na verdade deveria ser possível apenas amar. Sem se importar em ser correspondido. Sem se importar com opiniões alheias sobre esse sentimento. Como todo verbo intransitivo, amar deveria ser auto-suficiente. Egocêntrico, egoísta quem sabe, mas ainda assim, totalmente independente. Verbos intransitivos acabam frases sem ser necessário mas nenhuma explicação. Tudo o que vem depois é superfluo. Coisas que podiam ser tiradas da frase sem mais rodeios. Assim como deveria ser possível tirar de depois do amor todas as desilusões, brigas, esperanças e desesperanças. Tudo que fosse superfluo. Afinal, não é necessário se dizer mais nada, quando se ama. Basta amar.

E eu amo,
tu amas,
ele ama,
nós amamos,
vós amais,
eles amam.

Não é necessário dizer mais nada. Certos verbos já dizem tudo.

2/22/2004

Minhas aulas começaram e duvido que eu tenha muito tempo pra escrever no blog. Agora no Carnaval pode ser que eu escreva, mas fora isso, duvido muito... Então, amanhã preparem-se para posts gigantes e super inspirados... diferentes do de hoje.

2/14/2004

Mil e uma maneiras de abrir um soutien com apenas uma mão

Hoje eu descobri que há coisas mais inúteis que as dicas de "Aprenda a Beijar" da Capricho. Descobri que existem, acreditem se quiser, minhas caras meninas, técnicas para se abrir um soutien com uma só mão. Meninos aprendem, de geração em geração, como abrir soutiens de meninas desprevinidas. Eles tem técnicas pra isso!!!! Como assim?! Existem revistas, programas de Tv, filmes que ensinam isso!! Ainda sinto-me chocada!! Vou me recuperar do trauma, e já volto.

2/12/2004

AS PÉROLAS DO MEU DIA

"Larissa, dá o último pedaço da cocada pra Maria*. Ela tá grávida sabia?! O filho dela vai nascer com cara de cocada desse jeito!"
"Não tem problema La, pode ficar. Não nascendo com a cara do pai a criança pode nascer com cara do que quiser."

"João*, amanhã vou fazer bolo na casa da minha amiga, daí se ficar bom te levo um pedaço, tá!?"
"Tudo bem!"
"Daí se ficar ruim te levo tudo, tá?!"

Essas entre outras....

*Nomes fictícios

2/10/2004

Terça-feira a noite o mundo para. Pelo menos esse país chamado Brasil. E por quê?! Simplesmente porque está passando na Globo o Big Brother Brasil. Qual a graça nesse maldito programa!? Caramba, existe algo de interessante em umas pessoas lá, dentro de uma casa, sendo vigiadas o dia todo?! E qual o interesse maior ainda em saber qual delas vai sair?! É ridículo! Não me imagino interessada em pessoas que eu NEM conheço, numa casa que nem existe de verdade, é uma cenografia total, vivendo uma vida que não é real. É ridículo. Caramba, a vida real é tão mais interessante. E não digo nem assitir à vida real, já que é problema da minha vizinha se ela é mal-amada e todo dia eu vejo uma mulher diferente entrar na casa dela enquanto ela vai buscar a filha que é uma burra que repetiu pela 10ª vez o primeiro ano da faculdade de Direito, digo viver a vida real. Isso sim é interessante.

Big Brother me irrita ao extremo. Vou aproveitar que o mundo parou pra ir dormir.

Hoje começaram as aulas no Fernando e no CEL. Fui de manhã encher o saco do pessoal e até entrei assistir uma aula de Inglês! Hahahaha! Pra variar no Fernando um professor faltou e daí uma das aulas foi vaga. A noite a mesma coisa. Um professor do técnico faltou e não tivemos as duas últimas. No Francês, ainda que poucas pessoas tenham ido, tivemos aula, e fizemos um teste legal sobre "Que tipo de apaixonado você é?". Sou a menos apaixonada! Hahahaha!

Quel Valentin(e) es-tu?

Valentin(e) discret(e)
Tu caches bien ton jeu quand tu es amoreux(se). Personne ne s'en aperçoit, et toi-même tu as nettment tendance à minimiser ce que tu ressens, en attendant que ça passe. L'amour te ferait-il donc si peur? Si tu te sens attiré(e) par quelqu'un, jette-toi à l'eau. Tu n'es pas obligé(e) el y aller la tête la premiere: un petit sourive, un mot gentil suffisent. El s'il y a du repondant en face, tu devrais vite le savoir.

Depois eu ponho a tradução que nem eu sei ao certo.

2/08/2004

POR QUE OS CANUDOS NUNCA SÃO DO MESMO TAMANHO!? POR QUE SEMPRE TEMOS QUE TOMAR QUALQUER COISA COM UM CANUDO MAIOR QUE O OUTRO?!

Canudos deviam ter algum tipo de fiscalização rígida para terem sempre o mesmo tamanho.

2/07/2004

Houve um tempo em que as mulheres usarem calça era um verdadeiro despautério. Onde já se viu a filha de um renomadissímo barão ou sei lá o que andar vestida como um moleque, quando na verdade era uma dama da alta sociedade. Eh, os tempos mudaram...

Pai, já estou pronta pra ir, dá pra você, me levar agora?!

Ahn.. Filha, por que você não põe uma calça?!

Ah não pai, quero ir de saia mesmo!

É lógico que esse dialógo nada tinha a ver com o fato da minha saia ser mais curta que minha camisola...

2/05/2004

Mais coisas que fazem com que minha vida seja tão engraçada

Alô

Oi, a Vânia está aí?

Desculpe, mas não tem ninguém aqui com esse nome.

Quem está falando?

É a Larissa

Oi Larissa, é a Mariana, seu pai está por aí?

Ahn... Não! Ele foi pra Tapiraí

Sabe o que é, o Ale passou por aqui hoje a tarde e deixou a criança comigo, mas a Maria saiu com o carro. Senão o João levava. Será que seu pai demora? A Ana ligou aqui agora mesmo pra saber se tem como levar o Felipinho lá...

Ahn, me desculpe, mas deve ter algum engano, não é daqui.

Ah não? Ah, desculpe então.

Nota: Não conheço nenhuma Tânia, casada com o João, mãe do Ale e da Maria, avó do Felipinho. E sogra da Ana.

2/04/2004

Coisas que fazem com que minha vida seja tão engraçada

À alguns dias atrás a baixista da minha banda recebeu um convite pra tocarmos num show que haveria dia 15. Estaria vindo uma banda de fora tocar aqui, e estavam convidando algumas bandas para abrir. O Whatever foi convidado. Nossa banda.

Hoje foi a reunião que decidiria tudo, ordem das bandas, quem levaria o que, e todo o resto. As meninas da minha banda não puderam ir, logo, fui apenas eu na bendita (senão maldita) reunião. Cheguei lá como quem não quer nada. Não sou de chegar cumprimentando a todos e fazendo estardalhaço. Cumprimentei uns amigos e fiquei pela periferia da rodinha, que já conversava animadamente sobre o show. Fiquei lá, apenas escutando.

Minha amiga, namorada do guitarrista de uma das bandas, estava com o cartaz nas mãos. Eram citadas 6 bandas. Nenhuma era o Whatever. E não tinha mais nada escrito do tipo: "E mais 4 bandas". Até ai sem problemas, nada estava decidido. Era apenas um protótipo. Minha amiga me pergunta se iriamos tocar.

Não sei...

A conversa na mesa continua. Um gordo chato, de não sei que banda, falava. Gordo, chato e repugnante. Gordérrimo, chatérrimo e totalmente repugnante. Só ele falava. Primeiro falou de dar o golpe nos caras da banda de fora. Ficar com a grana só pra eles. Depois veio a conversa que me realmente me interessou.

Meu, agora aquelas Auarévér! Nem chame elas. Na boa, nem chame. Cara, não fale a pena. Só se baixista for com aquela saia branca que ela tem, daí pode chamar a vontade.

Não era o fato de ele ser gordo. Não era o fato de ele ser um total idiota. Era o fato de ele ter ignorado que eu sou da tal banda Auarévér. Que a tal baixista é minha amiga. É o fato que eu estava lá presente ouvindo tudo.

Se você quiser eu aviso pra ela ir com a tal saia.

Não falei isso brava. Muito menos com uma arma apontada pra cabeça do tal gordo repugnante. Apenas falei, com toda a simpatia que minha pessoa esbanja. E o tal gordo ficou roxo. Se ele fosse mais gordo enfiaria a cara nas banhas e não tirava mais de lá. Todos em volta ficaram quietos. Eu não.

Du, eu tenho que ir, só vim aqui perguntar se iamos mesmo tocar, mas já responderam minha pergunta. Qualquer coisa manda uma mensagem pra Lysis. SE ela quiser ler.

E fui eu pra casa da Lysis jogar bilhar. Empate pra mim e pro Bruno contra a Eve e o Fe. E estou jogando cada dia melhor.

2/03/2004

MOMENTO GASTRÔNOMICO

Batida Espanhola

Além de muito gostosa, a Batida Espanhola é o tipo de bebida que pode ser feita em grande quantidade, para "grandes festas". Só vale lembrar que apesar de muito docinha é preparada a base de vinho e "sobe" muito rápido. Consumir com moderação!

Ingredientes:

- 1 lata de abacaxi em calda
- 1 lata de leite condensado
- 1 lata de creme de leite
- 1 garrafa de vinho tinto seco
- gelo picado (por último)

Modo de preparo:

Bata todos no liqüidificador, quando estiver tudo misturado, coloque os cubos de gelo e dê mais uma batida.

Hoje abri a geladeira pra pegar leite e vi nada mais, nada menos que um vinho e um leite condensado abertos. Foi apenas o que eu precisei.

2/01/2004

Sei que muitos prefeririam que eu escreve posts pequenos, mas é uma necessidade à que eu tenho de escrever tudo com detalhes, exatamente como ocorreu.

Hoje foi mais um dos dias em que eu fiquei grata por arrapendimento não matar. Sou totalmente burra... fiz algo que não teve motivo, e que estragou outras milhares de coisas com motivo e legais que podiam ocorrer... Mas enfim... Não falarei sobre isso. Na verdade irei dormir daqui a pouco para nem mesmo pensar muito nisso.

- E aí?! Voltando do show lá no Campolim?!

- Ahn... é!

*cara de 'quem é esse falando comigo'*

- Passei por lá, tava mó galera.

- Pois é!

- Está indo pra onde?!

- Pra casa, e você?!

- Terminal... Eu estava na pista com uns amigos e...

*alguns passos depois*

- Vou virar aqui.

- Posso ir com você?

*medo tomando conta de mim*

- Pode.

- Ah sim... é bem melhor caminhar tendo companhia.

- Ahn... eu viro aqui ainda.

- Puxa. Eu vou reto. Perdi minha companhia. Você mora no Jd. Paulistano?

*medo já me dominando*

- Não. Mais pra frente.

- Mangal?

- Não. Mais pra frente ainda.

- Puxa, longinho. Bom, tchau. Prazer!

- Prazer. Tchau.

Nem me lembro o nome do cara que me acompanhou do sinaleiro da Washington Luiz até a esquina de casa. Não é normal pessoas puxarem conversa com outras assim, do nada. Será que fui seguida até em casa?! Será que serei atacada algum dia desses?! Será que começarei a receber cartas e telefonemas anônimos!? Quem saberá?!